Em uma noite de celebração, emoção e reflexão sobre o futuro do noroeste mato-grossense, a cidade de Juína recebeu, nesta quinta-feira (03.07), a quarta edição do Fórum da Indústria 2025. O evento, promovido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), em parceria com os sindicatos regionais, celebrou os 50 anos da entidade e reuniu empresários, autoridades, lideranças locais e representantes do Sistema Fiemt para discutir o desenvolvimento industrial da região.

Durante o encontro, sete personalidades foram homenageadas com o prêmio Destaque Empresarial, em reconhecimento às suas contribuições para o crescimento regional. A premiação foi realizada em conjunto com o Simava (Sindicato Intermunicipal das Indústrias Madeireiras do Vale do Arinos), Sindilan (Sindicato das Indústrias de Laminados e Compensados do Estado de Mato Grosso), Simno (Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso), Sindenergia (Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso), Sige-MT (Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Mato Grosso), Sindifrigo (Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso) e Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso).

O presidente da Fiemt, Silvio Rangel, destacou o potencial do noroeste, especialmente no setor de base florestal, e apontou a diversificação industrial como um caminho promissor. “A indústria de Mato Grosso é a nova força do nosso estado. Em uma década, conseguimos triplicar o PIB industrial. Essa transformação está mudando realidades e impulsionando o futuro de regiões como Juína”, afirmou.

O presidente do Simno, João Paulino, reforçou a importância de interiorizar as ações da Fiemt. “Agradeço ao presidente Silvio por trazer o Sistema Fiemt para perto das nossas realidades. Esse movimento fortalece as lideranças locais e inspira novas gerações”, disse, ao destacar também o desafio da sucessão no setor.

Presidente do Simava, Luiz Benedetti lembrou que 47 municípios de Mato Grosso têm sua base econômica na madeira, somando cerca de 5 milhões de hectares de áreas sob manejo florestal. “Somos os guardiões da floresta e um pilar importante da economia estadual”, pontuou.

O juiz do Trabalho Adriano Romero, da Vara do Trabalho de Juína, fez questão de reconhecer o esforço da população local. “Estive em Aripuanã e me impressionei com a força da indústria e do nosso povo. Não admito que nos chamem de vale do esquecido. Se há trabalho aqui, é porque vocês lutam diariamente. O trabalho do Senai faz a diferença”, declarou.

O prefeito de Juína, Paulo Veronose, defendeu a união entre os entes públicos e privados. “Precisamos quebrar paradigmas e lutar pelo mesmo ideal, cada um do seu jeito, mas sempre juntos. O futuro da região depende da nossa capacidade de nos unirmos em torno de objetivos comuns”, afirmou.

Durante o evento, Vanessa Gasch, gerente do Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, apresentou dados sobre o avanço econômico de Mato Grosso e, especialmente, da região noroeste. “Em 1975, quando a Fiemt foi fundada, Mato Grosso tinha 57 indústrias. Hoje são mais de 16 mil. A indústria tem papel central no crescimento do nosso estado, que avança em média 10% ao ano, enquanto o Brasil cresce cerca de 2%”, destacou.

Vanessa também apresentou o cenário regional: com cerca de 216 mil habitantes, o noroeste de Mato Grosso concentra 44 mil empregos formais, sendo 17% deles na indústria, que movimenta uma massa salarial de R$ 333 milhões. Os principais segmentos são base florestal, alimentação e construção.

As ações do Sesi e Senai na região também foram evidenciadas. O superintendente do Sesi, Alexandre Serafim, e o gerente regional do Senai, José Reinaldo, reforçaram o compromisso com a formação profissional. Destaque para o projeto com a mineradora Nexa, em parceria com o Senai. “Estamos formando pessoas para atuar na mineração sustentável e transformando vidas”, enfatizou Reinaldo.

O evento também contou com a presença do prefeito de Cotriguaçu, Moisés de Jesus e Diretoria da Fiemt.

Texto: Ana Rosa Fagundes